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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Acordo garante apoio aos militares da Guiné

Acordo garante apoio aos militares da Guiné

Um protocolo para implementação de um programa de cooperação técnico-militar e de segurança entre Angola e a Guiné-Bissau foi rubricado na sexta-feira, em Luanda, no Ministério da Defesa Nacional (MINDEN).
O documento foi assinado pelos ministros da Defesa de Angola e da Guiné-Bissau, respectivamente, Cândido Van-Dúnem e Aristides Ocante da Silva. “Estamos a dar passos concretos e sólidos para a implementação de um instrumento que não vai ficar nas gavetas”, garantiu à imprensa o ministro angolano da Defesa, no final da cerimónia de assinatura do documento.
Cândido Van-Dúnem disse que com a assinatura do protocolo foram dados os primeiros passos para a concretização de um projecto que visa apoiar o povo irmão da Guiné-Bissau, que precisa de sair de uma fase crítica, rumo à normalidade institucional. Para a estabilização da situação na Guiné-Bissau, o ministro garante que Angola vai, no quadro do acordo no domínio da defesa existente entre os dois países, apoiar o processo de desmobilização e reintegração dos militares guineenses.
A modernização e reestruturação das Forças Armadas da Guiné-Bissau, acrescentou, também vai merecer o apoio de Angola, sobretudo para permitir que as Forças Armadas guineenses possam subordinar-se ao poder político instituído.
O ministro guineense da Defesa, Aristides da Silva, enalteceu o contributo do Executivo angolano e do Presidente José Eduardo dos Santos no processo de estabilização política da Guiné-Bissau.
“Angola, mesmo sem esperar por organizações como a CPLP, CEDEAO, União Africana e outros parceiros internacionais, decidiu apoiar o processo de implementação de reformas no sector de defesa e segurança da Guiné-Bissau”, afirmou o ministro.
Aristides da Silva disse que no documento assinado na sexta-feira pelos dois países estão especificados programas e projectos concretos para reforço da cooperação militar, sobretudo virados para o processo de reestruturação e modernização das Forças Armadas da Guiné-Bissau.
Acrescentou que a assinatura do referido instrumento surge na sequência da implementação do acordo de cooperação no domínio da defesa, assinado entre os dois Estados no passado dia 15 de Abril.
Por outro lado, com a assinatura do protocolo, a Guiné-Bissau pode contar com o apoio de Angola nos domínios da formação de formadores, equipamentos de defesa, logística, e infra-estruturas para a melhoria das condições sociais dos militares aquartelados, acrescentou o ministro guineense.
Considerou ainda o referido apoio imprescindível na medida em que permitirá a criação de condições para que as Forças Armadas da Guiné-Bissau sejam “verdadeiramente republicanas” e possam cumprir com a missão constitucional de defesa da soberania e integridade territorial do país.
Sobre o eventual envio de uma missão de estabilização ao seu país, disse que o assunto é actualmente objecto de debate a nível da Presidência da República, e de todas as forças vivas da Guiné-Bissau, para que se possam “definir claramente” os contornos que a questão encerra, acrescentando ser “mais importante agilizar mecanismos que possam fazer com que processo de reestruturação se inicie e possa atingir os objectivos preconizados no quadro da reforma do sector da defesa e segurança”.
Aristides da Silva não precisou a data para a libertação de prisioneiros, sobretudo do antigo Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas guineenses, Zamora Induta. Afirmou apenas que existem apelos internacionais e vontade política do Governo guineense.
Anunciou, por último, a realização na próxima semana de uma Cimeira dos Chefes de Estado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (CEDEAO), em Abudja, Nigéria, que vai pronunciar-se sobre a situação política na Guiné-Bissau e debater a reforma do sector da defesa e segurança, no único país membro da CPLP banhado pelo Índico.

http://jornaldeangola.sapo.ao/20/0/acordo_garante_apoio_aos_militares_da_guine

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