Obama diz que é hora de virar a página no Iraque
Por Steve Holland e Serena Chaudhry
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos EUA, Barack Obama, declarou na terça-feira o fim da missão de combate de sete anos no Iraque e disse aos cidadãos cansados da guerra que sua responsabilidade central agora é restaurar a economia norte-americana.
"É a hora de virar a página", disse Obama em discurso no Salão Oval da Casa Branca, falando da mesma mesa que o ex-presidente George W. Bush usou para declarar o início do confronto em 2003.
Obama, que herdou a guerra de Bush e enfrenta outra no Afeganistão, disse ter cumprido uma promessa da campanha de 2008 para encerrar as operações de combate dos Estados Unidos no Iraque e que "o povo iraquiano tem agora a responsabilidade pela segurança de seu país."
O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, disse aos cidadãos que seu país "hoje é soberano e independente", mas muitos estão apreensivos com o poderio militar reduzido dos Estados Unidos, especialmente em meio à violência contínua e ao impasse na tentativa de formar um novo governo seis meses depois de uma eleição inconclusiva.
Quase 1 trilhão de dólares foi gasto e mais de 4.400 soldados norte-americanos e ao menos 100 mil civis iraquianos foram mortos desde a invasão de 2003. Uma pesquisa recente da CBS News mostrou que 72 por cento acreditam que a guerra não valeu a pena, levando em conta o número de mortos de norte-americanos.
O impasse no Iraque aumentou as tensões, com políticos brigando pelo poder e insurgentes perpetrando ataques com o objetivo de minar a fé nas forças de segurança interna.
"Nesta noite, eu encorajo os líderes do Iraque a avançar com um senso de urgência para formar um governo inclusivo que seja justo, representativo e responsável para o povo iraquiano", disse Obama.
O presidente, que foi contra a guerra desde o início, afirmou que conversou por telefone com Bush no início do dia. Ele ensaiou um elogio a Bush, como os republicanos queriam, por aumentar as tropas em 2007, o que ajudou a reverter o cenário da guerra.
"É bem conhecido que eu e ele discordamos sobre a guerra desde o início. No entanto, ninguém pode duvidar do apoio do presidente Bush às nossas tropas, ou seu amor pelo país e compromisso com a nossa segurança", afirmou.
(Reportagem adicional de Ross Colvin, Patricia Zengerle, Alister Bull e Caren Bohan)
http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE68000420100901
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