WASHINGTON (Reuters) - A Alcatel Lucent fechou acordo para pagar mais de 137 milhões de dólares e encerrar um processo norte-americano no qual é acusada de pagar milhões de dólares em suborno a funcionários de governos estrangeiros a fim de conquistar negócios na América Latina e Ásia, anunciaram as autoridades dos Estados Unidos na segunda-feira.
A fabricante de equipamento de telecomunicações foi acusada de realizar pagamentos a funcionários de governos de países como a Costa Rica, Honduras, Taiwan e Malásia, para obter ou manter contratos avaliados em dezenas de milhões de dólares, informaram a Securities and Exchange Commission (SEC) e o Departamento da Justiça norte-americanos.
Entre dezembro de 2001 e junho de 2006, a empresa usou consultores que canalizaram mais de oito milhões de dólares em subornos a funcionários de governo, e a Alcatel também contratou indevidamente agentes externos em países como a Nigéria, para ajudá-la a ganhar negócios, segundo as autoridades.
No total, os lucros gerados pelos pagamentos indevidos foi de 48,1 milhões de dólares, segundo a companhia admitiu, informou o Departamento da Justiça.
"A Alcatel e suas subsidiárias não detectaram ou investigaram diversos sinais de que seus funcionários estavam instruindo falsos consultores a oferecerem presentes e pagamentos a funcionários de governos estrangeiros com o intuito de obter contratos ilegalmente", afirmou Robert Khuzami, diretor da divisão de fiscalização da SEC, em comunicado.
A Alcatel foi acusada de duas violações às leis norte-americanas de combate à corrupção no exterior e fechou acordo com a promotoria para encerrar o processo. Três de suas subsidiárias irão admitir culpa, cada uma por uma acusação de conspirar para violar a lei de combate à corrupção.
A empresa vai pagar 92 milhões de dólares para encerrar as acusações criminais do Departamento da Justiça e mais 45 milhões de dólares para encerrar as acusações civis da SEC.
Em 2006, a Alcatel, da França, comprou a Lucent Technologies e seus famosos Bell Laboratories, pioneiros de muitas tecnologias das telecomunicações. A empresa informou que os delitos de suborno ocorreram antes da fusão.
(Reportagem de Jeremy Pelofsky)
http://br.reuters.com/article/internetNews/idBRSPE6BR0CX20101228
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