Por Tim Cocks e Louis Charbonneau
ABIDJAN/NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Organização das Nações Unidas (ONU) quer entre mil e dois mil soldados da força de paz adicionais para a Costa do Marfim, no momento em que a entidade pressiona o líder Laurent Gbagbo a renunciar a seu posto depois das eleições.
O país do oeste africano está numa situação tumultuada desde a eleição de 28 de novembro. Potências ocidentais e Estados africanos dizem que Gbagbo foi derrotado pelo seu adversário, Alassane Ouattara, levando a um impasse que já matou mais de 170 pessoas e gerou temores de uma guerra civil.
O chefe das operações de manutenção de paz da ONU, Alain Le Roy, disse à Reuters que a entidade iria pedir formalmente entre mil e dois mil soldados adicionais para a Costa do Marfim às 15 nações do Conselho de Segurança, e disse que esperava que eles pudessem ser enviados em semanas.
O governo de Gbagbo exigiu novamente que a missão de paz da ONU deixasse o país, depois que a entidade disse que Ouattara foi reconhecido como o vencedor da eleição. A ONU já enviou dez mil soldados ao país desde a guerra civil de 2002-03.
O bloco regional da África Ocidental (Cedeao) ameaçou Gbagbo de uso da força, caso ele não ceda o poder a Ouattara, mas disse que a intervenção seria o último recurso, mantendo a porta aberta a negociações quando Gbagbo aceitou realizá-las.
Uma solução para a crise no maior produtor mundial de cacau agora parece distante. Ouattara rejeitou a oferta de negociações, dizendo que o uso da força é a única solução.
Ele disse à televisão France 24 que Gbagbo "deve deixar o poder para permitir que a Costa do Marfim volte ao normal" e que uma intervenção militar não desencadeará necessariamente uma nova guerra civil.
Analistas duvidam que a Cedeao tenham os meios ou a vontade de usar a força, o que poderia levar a uma guerra urbana destruidora, com muitas vítimas civis.
(Reportagem adicional de Ange Aboa)
http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPE7040OG20110105
Sem comentários:
Enviar um comentário