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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

ONU quer mais mantenedores de paz para Costa do Marfim

Por Tim Cocks e Louis Charbonneau

ABIDJAN/NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Organização das Nações Unidas (ONU) quer entre mil e dois mil soldados da força de paz adicionais para a Costa do Marfim, no momento em que a entidade pressiona o líder Laurent Gbagbo a renunciar a seu posto depois das eleições.

O país do oeste africano está numa situação tumultuada desde a eleição de 28 de novembro. Potências ocidentais e Estados africanos dizem que Gbagbo foi derrotado pelo seu adversário, Alassane Ouattara, levando a um impasse que já matou mais de 170 pessoas e gerou temores de uma guerra civil.

O chefe das operações de manutenção de paz da ONU, Alain Le Roy, disse à Reuters que a entidade iria pedir formalmente entre mil e dois mil soldados adicionais para a Costa do Marfim às 15 nações do Conselho de Segurança, e disse que esperava que eles pudessem ser enviados em semanas.

O governo de Gbagbo exigiu novamente que a missão de paz da ONU deixasse o país, depois que a entidade disse que Ouattara foi reconhecido como o vencedor da eleição. A ONU já enviou dez mil soldados ao país desde a guerra civil de 2002-03.

O bloco regional da África Ocidental (Cedeao) ameaçou Gbagbo de uso da força, caso ele não ceda o poder a Ouattara, mas disse que a intervenção seria o último recurso, mantendo a porta aberta a negociações quando Gbagbo aceitou realizá-las.

Uma solução para a crise no maior produtor mundial de cacau agora parece distante. Ouattara rejeitou a oferta de negociações, dizendo que o uso da força é a única solução.

Ele disse à televisão France 24 que Gbagbo "deve deixar o poder para permitir que a Costa do Marfim volte ao normal" e que uma intervenção militar não desencadeará necessariamente uma nova guerra civil.

Analistas duvidam que a Cedeao tenham os meios ou a vontade de usar a força, o que poderia levar a uma guerra urbana destruidora, com muitas vítimas civis.

(Reportagem adicional de Ange Aboa)

http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPE7040OG20110105

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