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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Angolanos celebram 50 anos do Início da Luta Armada

Celebra-se esta Sexta-feira, 4 de Fevereiro, o 50º aniversário do Início da Luta Armada de Libertação Nacional, data que constitui um marco indelével na história da resistência ao regime colonial-fascista português, para o alcance da Independência Nacional.

Na madrugada de 4 de Fevereiro de 1961, um grupo de homens e mulheres, munido de paus, catanas e outras armas brancas, atacou a casa de reclusão e a cadeia de São Paulo, em Luanda, para libertar presos políticos ameaçados de morte.

Em resposta ao ataque, o regime colonial-fascista reagiu brutalmente com uma acção de repressão em todo o país, com assassinatos, torturas e detenções arbitrárias.

Essas prisões e assassinato de pessoas indefesas levou alguns nacionalistas a organizarem-se para a luta de libertação.

Os preparativos da acção tiveram início em 1958, em Luanda, com a criação de dois grupos clandestinos, um abrangendo os subúrbios e outro a zona urbana, coordenados por Paiva Domingos da Silva, Imperial Santana, Virgílio Sotto Mayor e Neves Bendinha (já falecidos).

A acção inseriu-se também nos anseios da população e na necessidade de se passar a formas de luta que correspondessem à rigidez da administração colonial. Para tal valeu a colaboração do cónego Manuel das Neves e outros combatentes.

O papel do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) na preparação e organização da "acção directa" já constava do anúncio feito pelo seu Comité Director na conferência de Londres de Dezembro de 1960.

O 4 de Fevereiro de 1961 é considerado um marco importante da luta africana contra o colonialismo, numa tradição de resistência contra a ocupação que vinha desde os povos de Kassanje, do Ndongo e do Planalto Central.

Os primeiros relatos de realce de resistência à ocupação colonial datam dos séculos XVI e XVII (1559-1600 e 1625-1656), conduzidos por Ngola Kiluanje e Njinga Mbandi.

Os acontecimentos de Fevereiro de 1961 traduziram-se assim numa sublime expressão de nacionalismo, demonstrada pelos angolanos.

Este ano, o acto central das comemorações da data decorre na província do Bengo e tem como lema: "Com espírito do 4 de Fevereiro " construámos uma Angola próspera e moderna".

As celebrações decorrem com actividades culturais e recreativas, destacando-se encontros, palestras, seminários, entrevistas, exposições e colóquios, com o objectivo de destacar o exemplo do 4 de Fevereiro para as novas gerações.

Recordar a importância da data, sensibilizar a sociedade para o seu empenho activo nas tarefas que visam a consolidação da paz, a reconciliação nacional e a reconstrução do país, em todas as suas vertentes, constam igualmente dos objectivos da celebração da data.

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