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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Irã pode ter arma nuclear em até dois anos, diz instituto

Por Adrian Croft

LONDRES (Reuters) - O Irã pode ter condições de desenvolver armas nucleares dentro de um ou dois anos, caso assim decida, disse o influente Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IIEE) na quinta-feira.

Um relatório da entidade disse haver evidências "além de qualquer dúvida razoável" de que o Irã está buscando a capacidade de produzir armas atômicas, caso seus líderes decidam trilhar tal caminho.

Já as suspeitas de que o Irã teria realizado atividades proibidas com armas químicas e biológicas "não podem ser determinadas a partir de informações disponíveis publicamente, e foram exageradas", diz o texto de 128 páginas, intitulado "Capacidades nucleares, químicas e biológicas do Irã".

O Irã nega a intenção de desenvolver armas atômicas, e diz que seu programa nuclear está voltado exclusivamente para fins pacíficos. No entanto, a Organização das Nações Unidas já impôs quatro rodadas de sanções ao país por causa da sua recusa em abdicar do programa de enriquecimento de urânio.

O IIEE, com sede em Londres, disse que o atual estoque iraniano de urânio baixamente enriquecido seria suficiente - caso seja ainda mais purificado - para a produção de uma ou duas armas atômicas.

Se as 4.000 centrífugas que aparentemente funcionam na usina de Natanz fossem usadas para fins bélicos com sua capacidade máxima, "seria preciso um pouco mais de um ano e sete meses para (que o Irã acumulasse) urânio altamente enriquecido suficiente para a primeira bomba."

A produção de urânio altamente enriquecido para bombas subsequentes seria mais rápida - um mínimo de 32 semanas por peça, segundo o relatório.

O IIEE acrescentou que haveria métodos mais rápidos para conseguir esse material, talvez num prazo de seis meses para a primeira bomba e quatro meses para cada uma das seguintes, mas que provavelmente o Irã não domina tal tecnologia.

Com qualquer dos métodos de enriquecimento de urânio, seriam necessários pelo menos mais seis meses para transformar o gás de urânio enriquecido em metal, e para então montar a bomba. O desenvolvimento de mísseis para usar essa arma também levaria mais tempo, diz o relatório.

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